Relatório A Mídia dos Jovens – 2002/2003/2004

(2005)

Realização:

Esta publicação é uma realização da ANDI e do Instituto Votorantim, com apoio do Unicef e do Instituto Ayrton Senna

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Um convite à reflexão

Dois pressupostos pautaram a produção desta edição do relatório A Mídia dos Jovens. O primeiro é que o acesso à informação qualificada é um direito de todo cidadão. O segundo, que somente com a participação responsável dos meios de comunicação de massa será possível avançar na construção de uma relação social mais justa, capaz de garantir oportunidades de efetiva participação e desenvolvimento àqueles brasileiros hoje em situação de vulnerabilidade ou exclusão. Ao monitorar e analisar o conteúdo jornalístico dirigido a adolescentes e jovens, o presente documento tem como objetivo maior, portanto, contribuir diretamente para a consolidação da cidadania desse público.

Vale lembrar que, ao focarmos a atenção para a adolescência e para a juventude, estamos nos voltando para uns dos grupos populacionais que mais sofrem com o impacto do crítico cenário social de nosso País. A gravidade desta condição está amplamente retratada em pesquisas. Segundo o IBGE, o Brasil tem hoje uma população de 35 milhões de jovens entre 15 e 24 anos. Metade deles está fora da escola. E mais de um milhão são analfabetos. Numa fase em que se definem várias escolhas centrais para suas vidas, como a profissional, eles já se deparam com dificuldades estruturais de acesso ao emprego – representam nada menos de 47% dos desempregados do País. Outro dado extremamente preocupante é com relação à violência: os homicídios respondem por 39,9% das mortes dos jovens.

Diante deste espectro, adolescentes e jovens espalhados pelas diversas regiões brasileiras reivindicam políticas públicas que venham a atender suas necessidades. A resposta recentemente dada em âmbito federal é a criação de estrutura governamental específica, que deverá cuidar da elaboração, articulação e implementação de políticas voltadas para esse segmento etário. No entanto, é essencial que tal iniciativa encontre eco nas demais esferas de governo, nos setores empresariais, na sociedade civil organizada e na população em geral – o que coloca novamente em evidência o papel central da mídia nos esforços por garantir um presente e um futuro digno para a juventude.

Nesse contexto, mostra-se especialmente relevante a participação dos veículos que dialogam diretamente com os jovens. Uma Mídia Jovem criativa e instigante pode favorecer, antes de mais nada, a mudança das imagens estereotipadas que ainda prevalecem em relação à juventude, ora associada à transgressão e à delinqüência, ora à apatia ou ao consumismo. Mas, principalmente, tem o poder de contribuir para o desenvolvimento da capacidade crítica dos próprios adolescentes e jovens, para a mudança de hábitos, para uma atitude mais participativa e para o fortalecimento de novas lideranças.

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