Relatório indica aumento da mortalidade infantil entre povos indígenas

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Relatório do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) aponta que 126 crianças indígenas com menos de 5 anos morreram em 2011 por falta de assistência médica. Em 2010, a organização identificou 92 casos. O Relatório Violência contra os Povos Indígenas no Brasil foi divulgado em 13 de junho, em Brasília (DF).

Segundo o Cimi, as mortes ocorreram em função de doenças e problemas "facilmente tratáveis". "Cento e vinte e seis crianças morreram por mera negligência das autoridades públicas e falta de assistência. As causas que poderiam ser facilmente tratadas. Não podemos fechar os olhos e cruzar os braços diante da agressão, da
omissão e da negligência que tem levado à morte as criancinhas indígenas do nosso país", disse o presidente do Cimi e bispo da Prelazia do Xingu (PA), dom Erwin Kräutler.

O relatório mostra que a situação a que os indigenas estão submetidos se agravou com o processo de transição da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) para a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai). Os casos de mortalidade infantil foram identificados em várias unidades da Federação, mas, de acordo com o documento, Mato Grosso lidera a estatística, com 89 vítimas. No estado, o Cimi classifica como "desesperadora" a situação do povo Xavante.

"Apesar de todas as denúncias feitas em 2010, quando foram registrados 60 óbitos de crianças xavantes, o quadro só se agravou", esclarece o relatório, que atribui à Sesai a informação de que, em 2011, morreram 56 crianças xavantes com menos de 1 ano e 33 crianças com até 4 anos na Terra Indígena Parabubure, de Campinápolis (MT).

De acordo com o Cimi, ao serem internadas, todas apresentavam quadro de desnutrição e morreram de diarreia e pneumonia. O governo de Mato Grosso chegou a decretar estado de emergência em Campinópolis devido à situação.

Na sequência de Mato Grosso vêm os estados do Amazonas, com 11 casos, do Acre (10), Amapá (7), de Roraima e do Tocantins (ambos com 3), do Rio Grande do Sul (2) e de Rondônia (1).

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Fonte – Agência Brasil

Temas deste texto: Desigualdade de cor/etnia