Grandes obras, pequenos direitos

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O trabalhador nas obras da usina hidrelétrica de Jirau e Santo Antônio, Raimundo Braga Souza, 22, acusou os seguranças do consórcio das construtoras de tê-lo detido e torturado durante uma madrugada. Segundo disse, depois da sessão de tortura foi levado à delegacia e ficou preso por 54 dias. Ele contou sua história à Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (4), que se reuniu para analisar as denúncias de violação de direitos humanos em grandes obras.

Raimundo Braga foi acusado de participar da destruição do alojamento dos operários. “Sou pobre, porém mereço respeito. Não faria nada daquilo que me acusaram, mesmo porque eu precisava do trabalho”, afirmou Souza, que ainda ficou sem seus documentos e pertences. Eles estavam no alojamento da hidrelétrica de Jirau e os empregadores se recusaram a devolvê-los.

Segundo José Pimenta, do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos (Cebraspo), 25 pessoas foram presas durante os protestos e a greve em Jirau e Santo Antônio, sendo que duas ainda continuam presas e 13 estão desaparecidas.

Para Gerson Lima, da Liga Operária, os canteiros de obras de Jirau e Santo Antônio foram transformados em um “presídio federal”, com a ocupação de homens da Força Nacional e até a instalação de uma delegacia. Ele afirmou que tais procedimentos também são observados em outras regiões, como nas obras da Copa em Manaus e Belo Horizonte.

Para o deputado Arnaldo Jordy (PPS/PA), que convocou a reunião e também preside CPI do Tráfico de Pessoas, as acusações de violação de direitos humanos e trabalhistas são claras e absurdas. “É inconcebível que em pleno século XXI e no país cuja economia é a oitava do mundo, fatos como estes ainda aconteçam, e ainda mais em obras do governo federal, que mais que nenhum outro, deveria estar a par e coibir tais crimes”, afirmou. Ele defendeu uma série de ações para o respeito aos direitos humanos e trabalhistas nas grandes obras no País.

Participaram da reunião parlamentares membros da CDHM, José Pimenta do Cebraspo, Gerson Lima da Liga Operária, Emens Pereira de Souza, vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil e presidente da Comissão de Direitos Humanos da entidade.

Fontes

Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana
Clarissa Rihl Jokowski
(61) 2025.3918

Severino Gois, assessor de imprensa da OIT
(61) 2106.4667
goes@oitbrasil.org.br

Gabinete Dep. Arnaldo Jordy
jordycamara23@gmail.com
(61) 3215-1376 / 8276-7807

íntegra: http://jordynoticias.blogspot.com.br/2012/07/comissao-de-direitos-humanos-da-camara.html

Temas deste texto: Desenvolvimento - Direitos Humanos