Brasil sobe uma posição em ranking de desenvolvimento; ONU elogia progressos

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Apesar de subir apenas uma posição no ranking mundial de desenvolvimento humano, o relatório “Sustentar o Progresso Humano: Reduzir as Vulnerabilidades e Reforçar a Resiliência”, divulgado nesta quinta-feira (24) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), destacou vários programas brasileiros que contribuíram para a expectativa de vida, renda e ensino no país, as três dimensões analisadas pelo estudo.

Traçando uma linha do tempo desde 1980, a expectativa de vida do brasileiro aumentou 11,2 anos e a média de escolaridade passou de 2,6 para 7,2 anos. O relatório também ressalta que o poder de compra aumentou para a parcela mais pobre da população, resultado do aumento na renda média do brasileiro – que subiu de 9 mil dólares em 1980 para 14 mil em 2014.

A diminuição do emprego informal e a criação de novas oportunidades de trabalho também representou outro fator determinante para esta nova realidade econômica. O Brasil foi um dos poucos países do mundo que conseguiu aumentar o número de ofertas de trabalho formais entre 2007 e 2010, aparecendo no mesmo grupo com a Alemanha, Áustria, Bélgica, Polônia, Tailândia e Indonésia e, dos países latinos, Chile, Uruguai, Paraguai e Peru.

O relatório destaca que a melhoria dos indicadores ao longo dos anos se deve à iniciativa do governo brasileiro de implementar uma série de intervenções políticas destinadas a impulsionar o mercado de trabalho, expandir a escolaridade básica universal e corrigir disparidades raciais e de gênero.

Entre os programas mencionados aparece o Programa Bolsa Família, que contribuiu para diminuir em 16% o número de pessoas vivendo na extrema pobreza. Além de permitir que as crianças frequentem às escolas e tenho acesso a serviços de saúde, essa iniciativa foi vital para proteger a segurança alimentária durante o período de aumento do grave preço dos alimentos desde 2008.

Um trecho do relatório elogia os esforços brasileiros para diminuir a disparidades raciais, citando as ações afirmativas em edução e o sistema das universidades de introduzir objetivos para aumentar a inclusão de grupos sub-representados, como as mulheres, os afro-brasileiros e outros grupos vulneráveis.

Classificação brasileira

O Brasil aparece na lista junto com Geórgia e Granada, com um IDH de 0,744, acima da média de 0,735 para os países do grupo de “alto desenvolvimento humano” e com uma média superior aos 0,740 para os países da América Latina e do Caribe. Na região, os dois países que possuem características populacionais semelhantes e que estão próximos do Brasil no ranking são o México, que se encontra na 71a posição, e a Colômbia, na 98a.

Uma comparação adicional posiciona o Brasil junto aos países parceiros dentro do bloco dos BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul –, aparecendo na segunda posição de IDH mais alto e também de renda nacional bruta, ficando atrás apenas da Rússia nestes dois requisitos. O país também ocupa a segunda posição na expectativa de vida ao nascer, onde a liderança é chinesa.

No entanto, o relatório ressalta que como todas as médias, o IDH mascara a desigualdade na distribuição do desenvolvimento humano pela população a nível nacional. Por isso, desde a publicação desse estudo em 2010, um novo indicador foi introduzido para medir essa realidade.

Descontando o IDH ajustado à desigualdade (IDHAD), o Brasil alcançaria apenas 0,542. Esse novo valor faria com que o país perdesse 16 posições no ranking.

O estudo também inclui o Índice de Desigualdade de Gênero (IDG), que reflete desigualdades baseadas em gênero em três dimensões – saúde reprodutiva, empoderamento e atividade econômica. O Brasil obteve um IDG equivalente a 0,441, classificando-o na posição 85 dos 149 países avaliados. Em comparação, o México aparece em 73 e a Colômbia em 92.

Acesse outras informações e o relatório na íntegra, em inglês ou espanhol, clicando aqui.

Fonte: ONU Brasil