ONU alerta: 230 milhões de crianças vivem em áreas de conflito armado em todo o mundo

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“Não podemos mais tolerar um mundo onde crianças são mortas e mutiladas, onde são sequestradas, sexualmente violentadas, forçadas a se tornarem soldados e onde as escolas e hospitais são atacados”, disse o secretário-geral aos membros do Conselho de Segurança da ONU

Mais de 230 milhões de crianças vivem em áreas onde grupos armados atuam e cerca de 15 milhões são impactadas diretamente pela violência. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu ao Conselho de Segurança, nesta quarta-feira (25), que a comunidade internacional aja de forma coletiva e rápida para impedir que esse número cresça ainda mais.

“Não podemos mais tolerar um mundo onde crianças são mortas e mutiladas, onde são sequestradas, sexualmente violentadas, forçadas a se tornarem soldados e onde as escolas e hospitais são atacados”, disse. “As crianças em todo o mundo estão, cada vez mais, sob ameaça, em locais de guerra. O último ano foi considerado um dos piores para as crianças em áreas afetadas por conflitos”, lembrou o secretário-geral aos 15 membros do Conselho de Segurança, reunidos na sede da ONU em Nova York para discutir a segurança das crianças no mundo.

Um relatório lançado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) no fim de 2014, confirmou a tendência de aumento na violência contra as crianças. Apesar dos detalhes preocupantes, o secretário-geral acredita que há esperança.

“Temos visto resultados concretos de nossos esforços, que têm se traduzido em crianças indo à escola ao invés de lutando, brincando no campo ao invés de lutar neles”, afirmou Ban. “Protegendo as crianças, contribuímos para a construção de uma paz duradoura e ajudamos os países a alcançarem seu potencial.”

A reunião com os membros do Conselho de Segurança para discutir a segurança das crianças teve também o relato de Junior Nzita Nzuami, que foi sequestrado e forçado a lutar como criança-soldado com as forças rebeldes na República Democrática do Congo (RDC). Ele relembrou os momentos de terror durante os três anos em combate, onde ele e outras crianças “atiraram e mataram tudo aquilo que se movia”. A experiência o motivou, ele conta, a dedicar sua vida a ajudar o país a construir um futuro melhor para que o que ele passou “não aconteça mais”.

Fonte: ONU Brasil