Intervozes lança levantamento sobre candidatos de programas policialescos nas Eleições 2018
Nessas eleições, o número de candidatos e candidatas buscando projeção e voto dos eleitores a partir de propostas inconsistentes para o problema da segurança pública só cresce. A poucas semanas do primeiro turno, a violência segue sendo tratada de forma rasa e não são poucas as candidaturas que oferecem aos cidadãos respostas sem planejamento e comprovadamente ineficazes.
Parte dessas respostas vem sendo gestada e propagada nacionalmente nos chamados programas policialescos. Mesclando populismo político, conteúdos sensacionalistas – que em grande parte violam direitos humanos – e práticas assistencialistas, muitos apresentadores desses programas agora também são candidatos nas Eleições 2018. Vistos pela população como “salvadores” ou “protetores”, se beneficiam do espaço privilegiado da radiodifusão para fins estritamente privados: sua ascensão política.
Para contribuir para a qualificação do debate sobre segurança e justiça nessas eleições, o Intervozes divulga o resultado do levantamento sobre candidatos apresentadores de programas policialescos nas Eleições 2018, realizado pelo coletivo em 10 estados do país (PA, CE, PB, PE, BA, MG, RJ, ES, SP e PR) e no Distrito Federal, que revelou um total de 23 apresentadores e repórteres de programas policialescos que disputam o voto do eleitor no próximo dia 7 de outubro. Eles são candidatos a deputados estaduais e federais e também ao Senado, vários buscando a reeleição. Embora a legislação eleitoral impeça a aparição dos candidatos em tais programas durante o período de campanha, não há uma legislação específica que coíba a presença de políticos com mandatos em vigência na apresentação de programas de rádio e TV.
O levantamento também mostra que a maior parte desses apresentadores e repórteres participa das Eleições 2018 em partidos que tem a família e a religião como bandeira, numa suposta contradição com o discurso de ódio pregado em parte significativa dos programas em que atuam. A organização levantou ainda, nos estados pesquisados, os candidatos e candidatas oriundos das forças de segurança (Polícia Militar, Civil, Exército, Bombeiros, entre outras). Eles ultrapassam 800 candidaturas.
A Rede Justiça Criminal lança a campanha #EleiçõesSemTruque, que tem como objetivo qualificar o debate do tema de segurança pública. Por meio de uma plataforma online, é possível disparar e-mails com perguntas aos candidatos e candidatas ao governo dos estados e presidenciáveis. O intuito da campanha é munir o eleitorado de informações e questionamentos para desmascarar falácias sobre o tema de segurança e justiça em tempos de eleições.
Mais informações:
Iara Moura – comunicacao@intervozes.org.br / (21 996681214) l
Ana Navarrete – assessora de comunicação da Rede Justiça Criminal: ana.navarrete@redejusticacriminal.org / (11) 97503-5728
https://redejusticacriminal.org/eleicoessemtruque/