Dengue na gestação e puerpério: Saúde lança manual sobre prevenção, diagnóstico e tratamento da doença

Dengue na gestação e puerpério: Saúde lança manual sobre prevenção, diagnóstico e tratamento da doença

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O Ministério da Saúde lançou, no início do mês de março, o Manual de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento da Dengue na Gestação e no Puerpério. O material tem como objetivo orientar os profissionais de saúde com as melhores práticas para o cuidado dessas mulheres, com foco na redução dos potenciais riscos à saúde materna e perinatal. A elaboração do guia é da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), em parceria com a pasta.

Uma vez infectadas, as gestantes têm maiores chances de apresentar desfechos desfavoráveis em comparação com as não gestantes. A publicação, elaborada com base no manual ‘Dengue: diagnóstico e manejo clínico: adulto e criança’ do Ministério da Saúde, servirá como diretriz para a prevenção, tratamento e diagnóstico da doença, contribuindo significativamente para a segurança e o bem-estar das gestantes e puérperas.

A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, se mostrou satisfeita com o guia e frisou que ele traz grande contribuição ao prevenir óbitos. “Este é um manual de alta qualidade e, com ele, poderemos salvar muitas vidas de mulheres e crianças. É um trabalho em conjunto com o COE Dengue, a Febrasgo e mais uma ação de resposta rápida ao enfrentamento da doença no Brasil”, observou.

Maria Celeste Osório Wender, presidente da federação, destacou a preocupação da instituição com a dengue no período gestacional. “A nossa prioridade é garantir a saúde da gestante e do bebê, por isso atuamos para orientar e capacitar os ginecologistas e obstetras de todo o país. Este guia de orientações é de extrema importância para a saúde pública”, ressaltou.

Casos de dengue em gestantes

Dados epidemiológicos do ministério revelam um aumento de casos de dengue em gestantes. Em 2023, foram registrados 1.530.940 casos prováveis no país, com um coeficiente de incidência de 753,9 casos por 100 mil habitantes, o que representa um aumento de 16,5% em comparação com o ano anterior. Números de 2024 também indicam um aumento significativo da incidência, com um crescimento antecipado dos casos.

Comparando as semanas epidemiológicas de 1 a 6 do ano passado com o mesmo período de 2024, houve uma alta de 345,2% no quantitativo de casos da doença em gestantes. Este aumento representa um quadro preocupante de saúde pública, considerando o risco elevado de complicações graves, tanto para elas quanto para os bebês. Formas graves da doença, como choque, hemorragias e óbito representam riscos para as gestantes, enquanto as complicações perinatais incluem prematuridade, restrição de crescimento intrauterino e morte fetal.

Desafios

O Ministério da Saúde está em constante monitoramento e alerta quanto ao cenário epidemiológico da dengue no Brasil, e coordenando uma série de iniciativas para o enfrentamento das arboviroses em todo o território nacional. Entre as ações estratégicas coordenadas pela pasta está a ampliação para R$ 1,5 bilhão os recursos para emergências, como o enfrentamento da dengue, a incorporação no SUS da vacina contra a dengue e instalação de um Centro de Operações de Emergência – COE Dengue, em atuação coordenada com estados e municípios.

Estou grávida, o que posso fazer para prevenir a dengue?

Uma vez que, até o momento, nenhuma das vacinas disponíveis está liberada para uso durante a gravidez, uma das formas mais eficazez de prevenir a dengue na gravidez é combater a proliferação dos mosquitos. Evitar focos de água parada e colocar telas em janelas e portas, são algumas delas.

“Medidas como o uso de inseticidas ou repelentes naturais ambientais são estratégias paralelas com efetividade variável. Os inseticidas não devem ser utilizados em ambientes com restrição de circulação de ar e que os repelentes não matam o mosquito, apenas os afugentam, a exemplo da citronela”.

Uma medida adicional para reduzir as picadas é evitar o uso de roupas de cor vermelha, azul, alaranjada ou preta, que parecem atrair mais o mosquito. Por sua vez, a cor branca não atrai o mosquito. O uso de roupas claras que cobrem o máximo possível da superfície corporal é o mais indicado. O uso de mosquiteiros sobre a cama também ajuda a evitar as picadas.

Os repelentes indicados para uso em gestantes, são aqueles à base de “Icaridina”, o “DEET” e o “IR3535”. Em comunidades com temperaturas mais elevadas, esses repelentes devem ser utilizados em períodos menores que o preconizado. É recomendado o uso em toda a área exposta da pele; no caso de roupas de tecidos finos, sugere-se utilizar o repelente sobre a roupa. Em caso de uso de creme hidratante ou protetor solar, é importante lembrar que o repelente é o último a ser aplicado.

Acesse o Manual

 

Fonte: ONG Prematuridade.com

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