Organizações buscam paridade de gênero e raça na participação da COP no Brasil

Organizações buscam paridade de gênero e raça na participação da COP no Brasil

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Mais de 50 organizações da sociedade civil divulgam hoje, 8 de março, um manifesto demandando paridade de gênero, raça, etnia, classe social, geração, identidade de gênero e orientação sexual nos preparativos e nas negociações da COP30, a conferência do clima da ONU que vai acontecer no Brasil em novembro de 2025. O comitê organizador do evento que acontece neste ano na capital do Azerbaijão recebeu críticas em janeiro por ser composto exclusivamente por homens; apenas sob pressão incluiu mulheres.

O manifesto das organizações brasileiras vai além da composição das equipes e elenca seis condições essenciais: equidade e representatividade nas delegações; promoção da igualdade de oportunidades; inclusão de perspectivas de gênero em políticas climáticas; investimentos em formação; combate à violência de gênero relacionada ao clima; e transparência. “Acreditamos que a inclusão plena e a igualdade de participação de mulheres, homens e outras identidades de gênero é essencial para a construção de um futuro resiliente e sustentável para o nosso planeta”, afirma o documento.

A mobilização nasceu dentro do Grupo de Trabalho de Gênero e Justiça Climática do Observatório do Clima, que conta com 180 integrantes da rede do OC e de não membros. O grupo também produziu uma campanha com as “Mulheres que dão as cartas pelo clima”. Trata-se de um baralho, com a imagem de líderes que se destacam na luta contra a crise climática e as consequências do aquecimento global. As catorze primeiras já começaram a circular com figuras como a ministra do STF Cármen Lúcia; a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva; a ministra do Povos Indígenas, Sonia Guajajara; a secretária nacional de Mudança do Clima, Ana Toni; a líder indígena wapixana Sinéia do Vale; a líder comunitária de Caranguejo Tabaiares (PE) Sarah Marques; a jornalista Elaíze Farias; além de artistas como a cantora Maria Gadú e a atriz Laila Zaid.

Declarações:

“Como anfitriã, é responsabilidade da delegação brasileira garantir diversidade e representatividade nas discussões sobre clima. É preciso cuidar de quem cuida e amplificar as vozes de quem luta por justiça climática, para não perpetuarmos o racismo climático.” Jessica Siviero, especialista em Justiça Climática na ActionAid.

“Em ambientes dominados por homens, como o Congresso Nacional e o setor energético, a capacidade das mulheres influenciarem políticas climáticas e participarem da transição para a economia de baixo carbono são severamente limitadas. Promover a igualdade de gênero é não apenas uma questão de justiça social, mas também a estratégia mais eficaz para enfrentar os desafios ambientais.” Nicole Figueiredo, diretora executiva do Instituto Internacional Arayara.

“Depois de três COPs sediadas por países em que ser mulher já é algo desafiador – Egito, Emirados Árabes e Azerbaijão, o governo brasileiro terá a oportunidade de construir história de maneira genuinamente democrática. Começando pela delegação do Brasil e se estendendo para as negociações, cada vez mais urgentes em respostas abrangentes e efetivas.” Isvilaine Silva, assessora de mobilização e engajamento do Observatório do Clima.

 

Fonte: Observatório do Clima

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