Futuro da infância em risco requer mais proteção dos Direitos das Crianças, diz Unicef
O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, revela que desafios como crises climáticas extremas, mudanças populacionais e disparidades tecnológicas colocam a infância “por um fio” até 2050.
O relatório “Situação Mundial da Infância 2024: O Futuro da Infância num Mundo em Mudança” alerta que essa situação deve ocorrer a menos que sejam adotadas medidas concretas e urgentes para proteger o futuro das crianças a nível global.
Dia Universal dos Direitos da Criança
A publicação coincidindo com o Dia Universal dos Direitos da Criança, neste 20 de novembro, lista mudanças populacionais, crises do clima do ambiente e avanços tecnológicos como megatendências que impactarão o grupo até 2050 e mais adiante.
Após ter sido confirmado 2023 como o ano mais quente desde que há registo, o relatório considera que as atuais crises climáticas e ambientais se tornarão ainda mais generalizadas na década de 2050-2059.
Nesse período haverá oito vezes mais crianças expostas a ondas de calor extremas, o triplo delas sujeitas a inundações fluviais extremas, e quase o dobro de crianças expostas a incêndios florestais extremos, em comparação com os anos 2000.
Em nível mundial, as emissões de CO2 atingiram o pico de 36,8 bilhões de toneladas em 2023, uma alta de 1,1% comparada com 2022. O planeta está 1,1ºC mais quente que em 1880 sendo que a maior parte deste aquecimento foi registrado após 1975 em taxa entre 0,15 e 0,20ºC por década.
Doenças provocadas pelas alterações do clima
O Unicef recorda que mais de 1 bilhão de crianças, ou quase metade de todo o mundo, vivem sob grande ameaça de perigo climático e ambiental. Na faixa dos menores de cinco anos estão concentradas 88% das doenças provocadas pelas alterações climáticas.
O relatório destaca, por outro lado, que o impacto destes riscos climáticos nas crianças será determinado pela sua idade, saúde, situação socioeconómica e acesso a recursos.
Em relação às transformações e à evolução demográfica para os próximos anos, prevê-se que a África Subsaariana e o Sul da Ásia concentrem as mais altas populações infantis na década de 2050.
O número de crianças na população africana deverá cair abaixo dos 40%, após ter atingido a proporção de 50% nos anos 2000.
Na Ásia Oriental e Europa Ocidental, a queda será para menos de 17% do total da população regional, comparado com os 29% e 20% registrado nos anos 2000.
População mundial deve atingir 9,7 bilhões
Em 2050, a população mundial deverá atingir os 9,7 bilhões de pessoas, sendo que a proporção deverá crescer para cerca de 7,5 bilhões. Para o mesmo ano, prevê-se que o total de crianças se mantenha entre os 1,7 bilhões e os 3 bilhões.
As projeções apontam para a persistência do aumento na expectativa de vida à nascença e os progressos no acesso das crianças à educação nos últimos 100 anos.
Quase 96% dos menores de idade deverão concluir pelo menos o nível primário nos anos 2050, contra 80% nos anos 2000.
O estudo indica que os resultados para as crianças poderão melhorar de forma significativa com a expectativa de maiores investimentos em educação, saúde pública e numa proteção ambiental mais rigorosa.
Fonte: ONU News
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